Cimento Queimado Versão Moderna

26 maio, 2015 |

Na zona sul de São Paulo, em um bairro residencial com prédios erguidos em sua maioria durante as décadas de 80 e 90, o arquiteto Diego Revollo modernizou um apartamento por completo, criando um loft contemporâneo de 105 m². Por serem relativamente antigos, os imóveis da região trazem uma disposição de cômodos um tanto antiquada, com espaços fechados, bem compartimentados e iluminação natural limitada.

A reforma estrutural foi inevitável. E assim paredes vieram abaixo, vigas e colunas foram reveladas, revestimentos removidos… O morador, um jovem empresário recém-casado que já namorava a estética limpa e ampla dos lofts, aprovou todas as transformações confiando no talento de Revollo. E o arquiteto, com suas ideias e referências mil, fez uma proposta ousada: "e se usássemos o mesmo revestimento em todo o apartamento?".

O acabamento eleito foi o cimento queimado, que cobriu piso, paredes e teto sem deixar emendas. Com receio de que o resultado ficasse muito frio, o morador e o arquiteto tiveram um extremo cuidado na hora de escolher o tom de cinza utilizado, que deveria ter um aspecto natural e uma nuance acolhedora. Outro recurso muito bem aplicado e que traz aconchego no ato são os detalhes em madeira, como a estante principal, a porta de entrada do apê e a mesa de jantar. De tons e veios similares, a madeira Cumaru casou perfeitamente com as lâminas de Pau Ferro usadas em outros elementos.

A atmosfera elegante, porém sem frescuras, é reforçada pelos tecidos e pelo mobiliário, assumidamente masculinos. Novamente para contrastar com a caixa de cimento que emoldura o apartamento, as peças exaltam o conforto e o calor de um lar receptivo. Sem excessos, com espaço de sobra e texturas atraentes, o loft moderno é a casa dos sonhos para esse casal paulistano.r
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