Casa de 1950 transformada em galeria pessoal
10 out, 2025 | Casas, Acima de 200 m2, Cidade
Fotos: Daniel Lee / Divulgação
Escritório: MNBR Arquitetos
Área: 350m²
Localização: Pinheiros, São Paulo
Transformar uma casa dos anos 1950 em sua própria galeria, com estilo despojado e muita integração entre ambientes. Foi com esse desejo que nasceu o projeto em Pinheiros, São Paulo, assinado pelo escritório MNBR Arquitetos. O novo morador, apaixonado por arte e design, queria mais do que um simples apartamento: buscava uma arquitetura capaz de ser palco para sua coleção, um cenário neutro que revelasse suas obras, peças de viagem e móveis icônicos. Junto da namorada, sonhava com jardins generosos, ambientes integrados e uma suíte com vista para o verde, onde a cidade pudesse parecer distante.
A residência original, com sua compartimentação rígida e instalações ultrapassadas, trazia limites que precisavam ser superados.O projeto de reforma durou cerca de seis meses e obra de um ano inteiro. O resultado foi uma casa de 350m² que preserva o caráter histórico da construção, mas se abre ao contemporâneo com novos volumes, vãos generosos e soluções sustentáveis.
“Foi um projeto muito gostoso de fazer porque o morador tem muito bom gosto estético e artístico, e a ideia era preparar uma “base” ou “fundo” mais neutro para ele montar a própria galeria à sua maneira.”
Grandes janelas rasgadas nas fachadas e estruturas metálicas aparentes revelam a força da intervenção, enquanto a ventilação cruzada e os jardins criam uma atmosfera de leveza. A cada passo, a arquitetura convida o exterior a entrar: no térreo, salas se conectam em fluidez com a cozinha e o jardim, no atelier envidraçado, a luz natural dita o ritmo do trabalho criativo, e no andar superior, a suíte principal se abre para o horizonte verde.
Na volumetria, a casa combina influências modernas, linhas japonesas e tropicalidade brasileira. Pilotis em formato de V sustentam o volume suspenso, varandas projetam sombras generosas e caminhos diagonais entre os jardins criam percursos que são, eles mesmos, parte da experiência arquitetônica.
“A casa sofreu o máximo de alterações e modernizações possíveis sem precisar de uma demolição completa, preservando assim as fundações existentes.”
Cimento queimado, madeira Cumaru e caixilhos pretos compõem a paleta neutra, que funciona como moldura para o acervo do morador. A poltrona Mole de Sergio Rodrigues, obras autorais, peças de artistas amigos e garimpos de viagem transformam os ambientes em capítulos de uma narrativa pessoal, onde arquitetura e arte se encontram em harmonia.
O que antes era uma casa antiga e compartimentada tornou-se um espaço vivo, aberto e pulsante. Uma residência que revela força na sua linguagem arquitetônica e delicadeza no modo de habitar, feita para ser contemplada, mas também, e acima de tudo, para ser vivida e pendurar vivências na parede.
“Um dos principais desafios foi transformar a casa sem alterar a sua implantação no terreno, respeitando o perímetro já aprovado das áreas construídas existentes que não deveria ser alterado. Criamos diversas soluções e novos desenhos para trazer todo o programa de usos e vontades estéticas e funcionais dos clientes, modernizando a casa de 1950 para os usos atuais sem perder alguns charmes e potenciais que contam a história do imóvel original.”
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