Imagina um apê aconchegante, que te convida a se jogar no sofá e a ficar por horas e horas assistindo à filmes, papeando e se divertindo. Um ninho nas alturas com uma varanda que mais parece quintal, abraçada pelo verde das plantas pendentes, das árvores frutíferas e hortinha. Um espaço amplo, iluminado, que tem a cozinha integrada à mesa de jantar por um banco de alvenaria onde todo mundo se amontoa enquanto o morador prepara o jantar. Este cenário delicioso, cheio de vida e pequenices do cotidiano tem endereço fixo: o lar do arquiteto Bruno Reis.

O Bruno é carioca e há 11 anos foi fisgado pelo clima urbano de São Paulo. Ele é sócio da Mandril Arquitetura, um escritório que acumula em seu portfólio projetos superdespojados, modernos e personalizados, onde o concreto se faz presente sempre que possível. Por isso, fiquei muito feliz quando ele aceitou o convite para participar de um episódio da websérie que gravo junto com a Votorantim Cimentos, mostrando sempre lares reais onde a presença do concreto é marcante em todos os sentidos.

“Gosto muito deste visual menos acabado e com os revestimentos mais brutos. Na Mandril a gente usa o cimento com muita frequência, seja na parede, no piso criando um visual mais monolítico, sem junta, ou no próprio mobiliário”.

Este é o primeiro apartamento do Bruno e escolhê-lo não foi uma tarefa simples: demandou muito empenho, carinho e cuidado. Afinal, ele se preocupava em encontrar um lugar onde pudesse fincar raízes mais duradouras, um apê que não fosse grande e impessoal demais e que inspirasse momentos divertidos na companhia dos amigos mais íntimos. Resumindo… um cantinho com alma e vida em plena movimentada São Paulo. Encontrou o imóvel perfeito no mesmo prédio onde já havia criado mais três projetos! Tinha 75 m² e planta livre, um sonho para qualquer arquiteto: “Era como se fosse uma tela em branco para um artista pintar”, relembra.

Foram poucas as mudanças estruturais propostas pelo morador. O imóvel foi entregue cru, com as paredes brancas, a laje de concreto aparente, o piso sem revestimento e apenas um banheiro. Pensando no conforto diário, o Bruno transformou o único banheiro em dois: um privativo e outro para visitas e hóspedes. Também roubou um pouquinho do espaço da varanda para conseguir encaixar um closet na suíte. Apaixonado pelo estilo industrial, enfatizou o visual bruto das estruturas ao pareá-lo com outros elementos bastante urbanos, como a serralheria, os trilhos com spots e os tijolinhos aparentes. Aliás, os tijolos, tão essenciais para a proposta do projeto, têm um segredinho extra… São, na realidade, um tipo de revestimento cimentício que simula a textura e aparência dos tijolos reais. Utilizá-lo foi quase estratégico: “era a melhor alternativa para manter esse ar industrial sem perder espaço na sala”.

O cimento também foi matéria-prima de alguns itens do mobiliário. Tanto a bancada como o banco da cozinha foram construídos em alvenaria recobertos de azulejos brancos e azuis, criando um padrão que conversa com o frontão da pia. Um charme!

Acho que vocês já estão curiosos para conhecer a morada do Bruno, né? Bom, volto amanhã para contar mais sobre o projeto, o uso do cimento e mostrar com calma a área íntima do apartamento. Ahhh, e é claro… amanhã é dia de conferir a entrevista em vídeo!! Espero vocês ;-)

Fotos: Rafael Renzo