Fotos: MCA Estúdio/ Divulgação e Francisco Palmeiro/ Divulgação

Esta casa com jardim extenso é do João Saldanha, coreógrafo e encenador de espetáculos de dança e teatro. Ela fica em Maricá, interior do Rio de Janeiro, e foi um presente dado por seu pai, passando por algumas modificações desde então, mas que não mudaram a essência da casa. No canal você confere a tour completa pela casa, e aqui uma conversa com João contando alguns outros detalhes interessantes sobre o imóvel e sua história.

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Casa de Valentina: Como a casa é distribuída?

João Saldanha: “A casa tem 240distribuídos em dois pavimentos com duas salas, três quartos, um escritório, três banheiros, cozinha, lavanderia, gazebo, garagem e piscina. Há três varandas também, com cinco redes distribuídas, sendo duas no andar térreo e três no andar superior. E só o jardim ocupa cerca de 1.400.”

CV: Qual a história do imóvel?

João Saldanha: “A casa foi construída pelo meu pai João Saldanha, que era técnico de futebol, jornalista e escritor. Ele me deu a casa de presente em 1982, e ela servia inicialmente como um local de lazer para os fins de semana. No entanto, em 1990, ano em que meu pai faleceu, decidi me mudar de vez. Fui totalmente atraído pela qualidade de vida e pela possibilidade de estar em um espaço externo.”

CV: Foram feitas reformas na casa?

João Saldanha: “Recentemente, o Francisco Palmeiro, arquiteto e meu companheiro, reformou a lavanderia, o escritório, o banheiro, a área de lazer próxima a piscina e o pergolado. Ele também projetou uma área coberta, com função de gazebo, para amenizar o sol forte e o calor no verão.”

CV: Em quais estilos você acha que a casa se enquadraria?

João Saldanha: “A casa tem estilo praiano, com piso em cimento queimado e cerâmica, telhas de cerâmica e mourões de madeira escura, paredes externas em tom rosa mosqueta, com portas de madeira e vidro, além de janelas verdes. Os móveis são, em sua maioria, de madeira, em estilo moderno dos anos 60 ou colonial, com algumas peças de família e de artesanato mineiro e indígena. Além disso, há muitos quadros de valor afetivo, tanto de artistas plásticos como de arquitetos: tem obras de Firmino Saldanha (meu tio-avô), Chico Cunha (amigo de infância), Ione Saldanha (tia), Alexandre Gaudereto e dois desenhos de Beatriz Milhazes.”

CV: Qual foi a sua principal fonte de inspiração para as escolhas na hora de decorar e cuidar da casa?

João Saldanha: “Gosto muito da forma como os ingleses tratam a paisagem, sempre com uma aparência natural, ainda que organizada. Também sou um admirador do Roberto Burle Marx por todo o seu legado expressivo. Inclusive, fiz um trabalho coreográfico sobre ele em 2010, no CCBB do Rio, intitulado Paisagem Concreta.”

CV: Definitivamente o que mais chama a atenção na casa é o jardim. Qual sua relação com ele e com o paisagismo implantado?

João Saldanha: “Me dedico à área de paisagismo desde 1990. Comecei fazendo meu próprio jardim e, em seguida, do meu cunhado. Foi aí que me dei conta de que a atividade que até então era apenas um hobbie poderia virar também uma profissão. Em relação ao paisagismo da casa em Maricá, além de estarem totalmente integrados com a natureza ao redor, a forma como foram concebidos elimina a perspectiva de fronteira e a vista do habitat do vizinho. É um paisagismo diverso, com grande variedade de espécies, entre as quais se destacam Cássias, Flamboyants, pau-brasil, Chefleras, ipês, coqueiros e palmeiras. E ainda, bananeiras decorativas, ravenalas, helicônias, estrelitzas, philodendrons, costelas-de-adão, Espadas-de-São-Jorge, bromélias diversas, samambaias, cactos, lavandas, platiceriuns, orquídeas, jasmins, alamandas e hibiscos, entre tantas outras espécies. É um espaço que nos leva para dentro, ainda que incite a curiosidade exterior.”

CV: E a manutenção desse jardim é desafiadora?

João Saldanha: “Tenho um ajudante, o Jonas, que semanalmente faz podas e mantém limpos o gramado e os canteiros. No verão a irrigação é diária, e no inverno três vezes na semana. Aplico anualmente uma tonelada de substrato para gramados e quinhentos quilos de substrato para folhagens. Além disso, faço as podas dos arbustos e buganvílias no mês de março e abril. Então tudo tem que ser organizado bem, mas compensa.”