Muitos nomes complicados? Calma que é mais simples do que parece.

Quando fizemos o post sobre vidros decorativos na semana passada, deixamos dois nomes de fora, mas foi proposital. É que esses artistas também foram importantíssimos para a história do vidro, mas principalmente para o movimento Art Nouveau. Então nada mais justo do que fazer um post especial reunindo o trabalho de ambos.

Hoje vamos falar de Emile Gallé e Louis Comfort Tiffany.

GALLÉ

O francês Emile Gallé usou diferentes técnicas decorativas inventadas durante o século 19 para desenvolver uma estética totalmente nova. Sua infância influenciou diretamente o rumo de sua carreira: além de conviver com a produção da fábrica de vidros de seu pai, ele cresceu obcecado pela natureza. Tanto que algumas de suas criações imitam espécies reais, como cogumelos. Influenciado também pelos vidros chineses, Gallé produziu peças extremamente sofisticadas, com diversas cores misturadas e algumas vezes até detalhes incrustados.

Além dos modelos exclusivos, sua empresa também fabricou objetos comerciais mais comuns, repetitivos e acessíveis.

 

 

TIFFANY

Hoje em dia quase todo mundo conhece o “azul Tiffany” e as pessoas até usam essa cor como referência na decoração, mas o que poucos sabem é que a família Tiffany, fundadora da famosa joalheria, contribuiu também para as artes decorativas. Entre as décadas de 1870 e 1920, Louis Comfort Tiffany, herdeiro do legado de Charles Lewis Tiffany, decidiu dedicar-se a uma carreira artística ao invés de se juntar ao negócio da família. A escolha, que parecia arriscada a princípio, mudou a história do vidro e do movimento Art Nouveau como um todo.

Ele começou como pintor, mas logo passou a decorar espaços completos e desenvolver peças bem elaboradas, como luminárias, cerâmicas, mosaicos, vitrais e também algumas joias. Um de seus primeiros trabalhos significativos foi o seu próprio apartamento em NY: no hall de entrada, um vitral super inovador para a época mostrava uma forma diferente de lidar com o vidro. As cores e os efeitos usados lembravam o rastro deixado pelos pincéis em telas e papéis. Algo realmente surpreendente (é a foto de abertura desse post, olha lá).

A partir daí Louis ganhou reconhecimento e passou a explorar novos métodos de produção, incluindo a técnica batizada de Favrile, em que diferentes cores eram misturadas ainda em seu estado de fundição. Em 1898 o artista começou a criar luminárias desenhadas e coloridas, onde as cúpulas lembram vitrais em menor escala. Por todo esse legado e por seu pensamento de vanguarda, atualmente ele é um dos artistas mais aclamados da América.

 

The Met Museum