Ele está em toda parte: nos copos que usamos diariamente, nas janelas, em vasos e enfeites da casa… O vidro atualmente é um elemento tão comum na nossa rotina que muitas vezes não percebemos o seu valor, mas essa matéria-prima já foi muito nobre no passado.

 

O que você talvez não saiba, é que o material é bem mais antigo do que imaginamos. Desde os tempos pré-históricos o homem usa o vidro para fabricar ferramentas – nesse caso ele era gerado de maneira natural em áreas de atividade vulcânica e apenas reaproveitado. E foi na Mesopotâmia, no terceiro milênio a.C., que surgiu o vidro fabricado  pelas mãos humanas.

 

Bem, na verdade a história completa daria um livro, então decidimos abordar apenas os tipos/marcas mais famosos, que conquistaram lugar de honra nas artes decorativas.  Aí vão alguns deles:

 

VIDROS DE MURANO

 

Quem nunca viu vasos e esculturas de Murano nas páginas de uma revista de decoração? As famosas peças, que hoje possuem um valor alto no mercado, são fabricadas na ilha de Murano, na Itália. Mas aí vai um fato curioso: antes da região se transformar em uma comunidade vidreira, em 1292, os artesãos se concentravam em Veneza, que fica a poucos quilômetros dali. O deslocamento dessas atividades para o pequeno arquipélago teve dois objetivos: evitar o risco de incêndios, já que as construções de Veneza eram, em sua maioria, de madeira, e criar uma entidade mais reservada — para proteger segredos e técnicas de produção.

 

Hoje em dia a técnica usada em Murano já se espalhou pelo mundo e se transformou em um estilo de produção de vidro, tornando algumas dessas peças mais acessíveis.

 

 

CRISTAL DA BOÊMIA

 

Entre os séculos 16 e 17, a região da Boêmia, na Europa Central, ficou conhecida por sua produção em vidro, mais precisamente o chamado "cristal" potássico. Os ornamentos e a forma de manusear o material foram influenciados por movimentos que estavam acontecendo na Inglaterra e, principalmente, pela chegada de lapidadores venezianos, especialistas na decoração por incisão, ao país.

 

O vidro denso e transparente produzido na Boêmia, muito diferente do cristal de Murano, era perfeito para receber esses elaborados detalhes. Foi usado principalmente na fabricação de objetos valiosos para a mesa, como taças e peças com detalhes gravados e personalizados. Nessa época os itens começaram a ser exportados para toda a Europa e para as Américas.

 

 

LALIQUE

 

Sem a contribuição do francês René Jules Lalique, o design contemporâneo com certeza seria bem diferente. É que lá atrás, na transição entre os séculos 19 e 20, ele foi o responsável por criar joias, frascos de perfume, vasos, copos e taças fabricados em vidro, além de muitos outros itens delicados. Influenciado pelo art nouveau e art déco, o designer e mestre vidreiro popularizou sua arte até 1914, tornando as peças mais acessíveis ao público.

 

Após um breve período focado na produção de material médico para hospitais e farmácias (durante a Primeira Guerra Mundial), Lalique investiu na criação de modelos exclusivos e processos originais, que depois foram patenteados — como o satinado Lalique ou o vidro opalescente. Ele também fez contribuições para a arquitetura projetando esculturas para obras monumentais.

 

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