Nos dias 3, 4 e 5 de julho visitei umas das feiras que mais curto na vida, a Fenearte, a minha Disney. Estava ansiosa em ir pra feira novamente, nos últimos anos não pude pois estava ou muito gravida as crianças estavam muito pequenas, mas agora, em fase de casa nova, não pensava em outra coisa! A Fenearte é a maior feira de artesanato da América Latina e está na sua 20ª edição. Nela estão criações de diversos Estados brasileiros e também de outros países e continentes.

Obs: quem se lembrar da fala do Suassuna do jantar que teve na casa de uns cariocas logo depois da posse na Academia Brasileira de Letras, entenderá porquê a Fenearte é minha Disney rsrsrsr

A euforia de pisar no Recife é a mesma ao chegar em Milão pra mim, gosto de ver as novidades dos designers e grandes marcas. A diferença é que no Recife, eu me reconheço com mais facilidade em tudo.

Acho uma experiência única conhecermos o que é criado aqui no Brasil por esse olhar; quais elementos servem como matéria prima para o artesanato, quem faz, quais cores são usadas, qual a técnica… Se isso não é se comunicar com a nossa cultura regional, então não sei mais o que é rsrss

Quando entrei na feira já fui pro espaço Interferência Janete Costa (tem post aqui no blog sobre ela), que é uma ode a integração entre arte popular e design. O tom terracota das estradas do sertão preenchiam quase todo espaço e me levaram para uma viagem ao interior pernambucano e de tantos outros Estados.

Algumas peças que mais me chamaram atenção nesse espaço:

Mini bode (não lembro o nome do artesão, se você souber deixa aqui nos comentários rsrs):

Luminárias do Waguinho do Estúdio Trindade – Tiradentes-SP:


Esse estandarte do Jerônimo Miranda:

E esse trio de mesas incríveis do Mestre Irineu com o Projeto Sertões. Um show à parte! 

O prazer da feira não está somente nela, mas em vivenciar um pouquinho que seja da cultura pernambucana. Então, para mim, a visita não se restringe somente ao centro de convenções, mas é lá que tenho a oportunidade de encontrar sempre pessoas maravilhosas, conhecer novos artistas (ao menos para mim novos rsss) e ampliar meu olhar do que é bonito, autoral e interessante… Mais um pouco da minha andança e dos meus achados na Fenearte:

Mano de Baé – Tracunhaém-PE:

Leny’s & Casa de Taipa – Tracunhaém-PE:

Mazinho – Lagoa Grande-PE | (87) 98121-7175:

Olha esse espelho da Maria Ribeiro que coisa linda! Uma das minhas peças favoritas da feira e, o melhor,  ela envia pra São Paulo!!! rsrs

Trabalho delicado e meticuloso do alagoano Arlindo Monteiro da Esculturas em Palito de Fósforo:

Família Gomes do Utilitário ao Decorativo | (81) 99174-1561:

Eu já conhecia o trabalho da Delly e da Eduarda Figueiredo da Oficina de Formas da última vez que vim pra Fenearte, tenho vasos delas em casa inclusive rsrs As meninas têm um trabalho bem autoral e às vezes estão na ABUP ;)

Fiquei ENLOUQUECIDA no trabalho da Toko Design Utilitário. Um trabalho muito delicado com peças que falam por si só, fiquei imersa no stand deles e passaria ali boas horas olhando tudo…

As mineiras da Central Veredas Artesanato têm um trabalho com algodão e bordado. Um expositor cheio de redes, almofadas, teares… Olha esse quadrinho que delicado:

O que dizer do trabalho do  Espedito Seleiro? Impossível não sair com um par hahah O pessoal é de Nova Olinda-CE e eles enviam pra todo o Brasil:

Ah, deixa eu te contar sobre minha sorte! No primeiro dia da feira eu fui até o expositor do Mestre Paulo do Bode e eu pirei nos bancos dele, mas já estavam todos esgotados. No dia seguinte eu voltei e uma pessoa que reservou, não pagou e não foi buscar, ou seja, esse girafinha linda veio pra minha casa (não me perguntem como rsrsss). Dá pra ver o tamanho da minha felicidade, né? hahaha

Um dos meus passeios no Recife foi no Centro de Artesanato de Pernambuco, que tem um compilado de trabalhos expostos na Fenearte, ou seja, dá pra gente achar peças de alguns expositores o ano todo lá! Foi no Centro que conheci o trabalho do Luiz Benício e encontrei ele depois lá na feira. As peças são enormes e feitas de reaproveitamento de árvore, ele dá vida à madeira morta sem nenhum tipo de desmatamento. O projeto chama Ateliê Projeto Madeira Viva, demais né? Esse é o Lampião Gigante:

Sim, foi sensacional participar da Fenearte esse ano, matei a saudade e obviamente já quero voltar! Li num livro do Carlos Augusto Lira “Colecionar não é ter! Ter, muita gente tem. Colecionar, para mim, é conviver com aquelas pessoas que estão ali, embutidas nas peças”. A feira me proporcionou isso; a cada estande eram conversas tão ricas e tão boas com os produtores das peças, que tenho certeza que saí com uma bagagem MUITO MAIOR do que a que cheguei no Recife. Vale muito a pena a visita!

Espírito Santo do Abias:


Escultura da Celina Vital:


Ritual Indígena do Bezinho:


Tenho uma peça da Nené Cavalcanti em casa, elas sempre são inquietantes. Eu adoro! Essa é a Supermãe:


Cadeira do Jasson:

Aqui tem um vlog onde eu te mostro mais detalhes sobre minha passagem pela Fenearte, olha só:

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Aaah, também não deixa de conferir os bastidores da feira e alguns passeios que fiz pelo Recife nos destaques do @casadevalentina, e me conta aqui nos comentários o que você mais gostou e se já visitou a feira ;-)

Fotos: Rhudá Jardim e Casa de Valentina