Fotos: Walter Dias / Divulgação

Localizada no município de Aliança, em Pernambuco, a Fazenda Baixa Verde surpreende pela proposta: em uma mistura de estética campestre com todo o conforto que uma casa pode oferecer, o projeto assinado por Zé Alexandre, do Módulo 4 Arquitetura, é o Open House desta semana.

A construção foi pensada a partir da paisagem, e por isso mesmo é que a casa de campo se integra tão bem com a natureza. Com uma forma longilínea que se debruça sobre a bela paisagem pernambucana, o arquiteto conseguiu, também, levar essa conexão da casa para dentro dos ambientes, integrando-os e conectando-os de maneira fluida e natural.

Destaque também é o acervo de arte popular regional garimpada em oficinas e ateliês, com especial atenção para as produções em barro. Protagonistas, os elementos rústicos também se fundem com o design contemporâneo e muitos objetos de memória afetiva, dando ao lar uma personalidade única. É de se esperar que o projeto de Zé Alexandre para a sua mãe, Lea Cavalcanti, ficasse do jeitinho que ela queria. Mas, para além disso, este Open House mostra todas as soluções inteligentes e elegantes que o arquiteto conseguiu alcançar com o projeto da Fazenda Baixa verde!

A visita completa você acompanha no Youtube e, por aqui, um bate papo sobre o projeto e seus principais desafios.

Aperte o PLAY para ver mais detalhes:

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Casa de Valentina: Qual foi a inspiração do projeto?

Zé Fernandes: O projeto se apoia especialmente nas casas típicas dos engenhos do nordeste, casas com telhado cerâmico em duas águas, tetos altos para trazer um clima ameno no interior da casa nos dias de verão. É um projeto que revisita a arquitetura rural com um olhar na contemporaneidade.

C.V: Qual é o perfil dos clientes?

Zé Fernandes: Os clientes tem total identidade com as casas de fazenda e engenhos da região onde passaram a infância. Valorizam especialmente o conforto e as memórias afetivas.

C.V: Qual foi o pedido mais desafiador do cliente e como você atendeu?

Zé Fernandes: Os clientes queriam uma casa descomplicada e de fácil manutenção, ampla e arejada. Desejavam grandes terraços em volta da casa, muito típico nas casas de fazenda da região. Optamos por quebrar um pouco a rigidez dos terraços em toda a circunferência da casa e zoneamos a partir das condições climáticas e de visibilidade a orientação desses terraços, criando uma espécie de mirante e espaços de permanência.

C.V: Qual foi a maior sacada relacionada ao projeto?

Zé Fernandes: As paredes de tijolinhos manuais que foram montadas no local, isolando a circulação, remetem a um cobogó que filtra a iluminação e permite ventilação cruzada, especialmente na cozinha e nos quartos. Outro ponto interessante é o mix de revestimentos que adornam as paredes, como a pedra natural chamada de “inhame” e o casquilho de tijolinho Manual. Esses elementos se complementam e enaltecem os espaços, além disso são fatores de sustentabilidade, uma vez que promovem redução do calor interno, funcionando como elemento de proteção nas fachadas voltadas para o poente.

C.V: Alguma boa dica relacionada a custo-benefício para compartilhar?

Zé Fernandes: O uso de mão de obra local e a aquisição de materiais provenientes da região. Assim diminuímos o custo de fretes para a cidade de interior.

C.V: Como foi esse processo de acompanhar a obra?

Zé Fernandes: Por se tratar de uma obra familiar e o uso da mão de obra local, onde não tínhamos um corpo de engenharia fiscalizador, fizemos o acompanhamento integral da obra e suas etapas de execução. O processo foi cansativo, porem necessário especialmente nas tomadas de decisões junto ao detalhamento, valorizando o conhecimento técnico do mestre de obra e também respeitando as limitações dos materiais da região. Isso proporcionou uma obra artesanal, sustentável e com identidade.