Fotos: Amanda Mol e Thales Figueiredo / Arquivo pessoal

Já pensou em construir sua própria casa do zero? Essa foi a ideia que o publicitário Thales Figueiredo e a artista visual Amanda Mol tiveram. Depois de treze meses de trabalho intenso, um verdadeiro templo-lar foi construído, exatamente da maneira como queriam.

Com 197m² de área construída, a casa Paris Berlin (como nomearam o lar) conta com espaços integrados, jardim e ateliê, além de uma bela vista para a natureza. Soluções muito inteligentes foram dadas durante a construção para que a casa ficasse com a personalidade almejada, como a ilha da cozinha que foi construída a partir do cimento da construção e depois impermeabilizada, ou então a escada plissada que é destaque na sala de estar, construída com concreto armado e com viga aparente para sustentação.

Repleta de quadros e pinturas, a casa também é, por si só, uma obra de arte. Justamente por isso, o publicitário e a artista veem em seu lar uma galeria, e reforçam a ideia de que, como galeria viva, a cada semana as paredes recebem novas obras ou são repaginadas de acordo com as vendas no site da artista. E é para apresentar o resultado de todo esse trabalho que o Open House desta semana é pela casa do Thales e da Amanda! O tour completo você acompanha no Youtube e, por aqui, um bate papo sobre o projeto e seus principais desafios.

Aperte o PLAY para ver mais detalhes:

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Casa de Valentina: Como surgiu a ideia do projeto?

R.: O projeto da casa foi idealizado por nós e assinado por um engenheiro. Não somos arquitetos, o Thales é publicitário e eu (Amanda), artista visual e como criadores enxergamos esse passo como mais um job que tínhamos condições de desenvolver. Primeiro porque somos atrevidos (rs) e segundo porque para a gente era essencial que essa morada transbordasse nossa vibe e estilo de vida. Como um templo-lar! Por isso a batizamos de ParisBerlin, dois lugares que amamos e dizem muito sobre cada um de nós, só que no Sul de MG, porque não.

C.V: Onde fica a casa?

R.: A casa se localiza em Varginha (MG) em um bairro de subúrbio chamado Minas Gerais com uma das vistas mais bonitas que já vi na nossa própria cidade: para montanhas e muito verde. Ela possui 197m², 2 andares e 1 terraço de 48m² e foi construída em um terreno de 220m². A obra durou 13 meses, iniciou-se em pleno 2020, numa fase de grandes aumentos de preços na construção civil (quase ficamos loucos) e em novembro de 2021 nos mudamos.

C.V: Quais foram os principais desafios que vocês enfrentaram para realizar o projeto?

R.: Nossos principais desafios foram: nivelar o terreno que se localiza numa rua íngreme pois desejávamos acessar a casa sem degraus e poder ter um jardim no entorno no mesmo nível; não ter uma administração da obra nos obrigou a acompanhar diariamente todos os processos e stress de uma construção, era algo que achávamos que gostávamos até o terceiro mês (rs); seguir com o sonho inicial de ter vigas e colunas aparentes e a textura do cimento presente em grande parte das estruturas, mesmo com todos os prestadores de serviço apresentando os contras.

C.V: Qual é a essência da casa?

R.: A essência da nossa casa é nos sentirmos conectados, tanto com todas as pessoas que possam estar aqui, como com a natureza acontecendo do lado de fora. A casa possui grandes aberturas e vidros que nos conectam com o céu a todo momento, contemplamos a lua sem abrir uma cortina sequer e acompanhamos todas as fases do dia acontecendo sem precisar abrir a janela. Isso nos trouxe um novo ritmo de vida, trabalho e contemplação. Mesmo nos dias mais intensos de trabalho, por exemplo, a nossa casa nos convida a parar pra tomar um cafezinho no jardim, ver a horta, acompanhar as plantas desenvolverem e assistir o céu de uma forma que não tínhamos experimentado ainda. Emolduramos a paisagem nas vãos de portas e e até na janela do banheiro.

C.V: Como vocês escolheram a decoração?

R.: A decoração da casa é uma reunião de objetos que já tínhamos, poucos móveis novos e muita resignificação. Fizemos apenas um móvel planejado na cozinha e o restante foi acontecendo de acordo com o novo olhar que colocamos nas coisas que já tínhamos. Ganhamos um sofá e uma geladeira e compramos poucas coisas. O restante fomos criando ou finalmente decorando com tudo que já tínhamos guardado de viagens, como por exemplo: itens indígenas, tapetes, artesanato mineiro, quadros, gravuras.

C.V: Qual é o ponto principal do projeto, de acordo com vocês?

R.: O que torna o nosso acervo mais especial é entender que a casa é um ambiente vivo que vai acontecendo conforme o tempo que moramos nela, não desejamos ter nada estático aqui, gostamos de imaginar como ainda podemos preencher superfícies, alternar móveis, repensar a decoração… esse movimento traz muito entusiasmo para a nossa rotina na casa. Então não temos pressa de chegar num final de decoração e sim de perceber qual o próximo passo da vez!