Uma casa galeria, com rotatividade de obras acredito que seja o sonho de quem realmente curte o assunto, particularmente adoro a sensação de encontrar algo lindo e trazer para casa, mas se isso não for um trabalho na prática acaba sendo inviável. Talvez por isso a ideia da casa galeria me agrade tanto…

O Marcio Vargas mora em Mannheim, Alemanha, há cerca de 02 anos. Da sua paixão pela arte brasileira resolveu criar a Casa +55 uma galeria dentro do próprio imóvel.

O apartamento fica num prédio construído em 1917 remanescente da Escola Bauhaus na área central de Mannheim. Poucas intervenções foram realizadas no apartamento com o intuito de preservar o local, foi mantido o piso em mármore similar ao carrara que vemos com frequência nas casas daqui.

Aperta o play e vem conhecer esse Open House com a gente!

For privacy reasons YouTube needs your permission to be loaded.
I Accept

Casa de Valentina: Do que mais sente falta no Brasil?

Marcio Vargas: São as nossas origens. Além disso, a sua cor, o seu improviso, a sua alegria, o tropicalismo e toda a pluralidade das artes é fascinante. Por isso eu trouxe a Casa +55, uma casa brasileira na Alemanha, para as pessoas vivenciarem não só a minha história, mas vivenciar o Brasil.

CV: Quais as grandes diferenças positivas em viver na Alemanha?

MV: Poderíamos dizer que a Alemanha é um país cartesiano, lógico e processual, até mesmo pela Língua Alemã muito enraizada. Acredito que isso se transcreve pela cultura do País, como também a bagagem que os faz ter muito respeito ao próximo. A paixão pelas casas é se transmite aos finais de semana através das flores e seus arranjos em suas mesas expostas para longos cafés da manhã. E diferente do brasileiro, numa longa conversa como esta, os alemães esperam por sua vez para falar enquanto ouvem o locutor.

CV: Qual a visão inicial que o alemão tem sobre a arte brasileira?

MV: Por seu respeito, os alemães admiram as cores, a volumetria e a inovação da arte brasileira. Assim, meu papel aqui é mostrar um Brasil além do futebol e da Amazônia, é destacar e valorizar a pluralidade e expressões que o país tem.

CV: Se voltar para o Brasil quais hábitos adquiridos aí irá manter?

MV: Nunca mais serei o mesmo! Quando temos uma experiência diferente, nos tornamos diferentes. A soma de experiências, novos olhares e novas culturas foi o que me trouxe para a Alemanha, e assim, ajudo contribuir com meu país futuramente. Além disso, outro ponto que devo destacar é a pontualidade rígida dos alemães. Se eu falo, eu faço!

Fotos: Marcio Vargas / Divulgação