Hoje vou dar início a uma websérie que estava desenhando desde o começo do ano. Como já falei em diversos momentos aqui o Open House é a seção que mais tenho carinho aqui no blog, então resolvi conectar esses posts tão queridos com uma das empresas que mais admiro e que mais tenho orgulho a ter como parceira aqui do blog, a Votorantim Cimentos. Vamos lá?

A profusão de linhas sinuosas em concreto que dão forma ao edifício onde vive Rodrigo Ohtake revela que a história deste lar atravessa gerações. Isso porque o prédio residencial erguido há mais de 30 anos foi projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, pai do Rodrigo, e conta com um imenso painel pintado pela artista plástica Tomie Ohtake, avó do morador. Ou seja, além de uma história de família incrível, o Open House de hoje te convida a conhecer um verdadeiro legado arquitetônico da cidade! Segura a empolgação e vem comigo que vou te contar tudo isso com mais detalhes.

Na minha busca por lares verdadeiros e perenes, daqueles que fincam raízes duradouras na história da nossa arquitetura graças ao uso quase artístico do cimento, acabo sempre retornando para as edificações projetadas pelo Ruy. Já explorei a história do Instituto Tomie Ohtake em outro episódio da nossa websérie com a Votorantim Cimentos, mas nunca tinha visitado uma construção residencial do arquiteto. Então, imagina a minha felicidade quando o Rodrigo topou participar de nossa empreitada! 

Nosso modo de vida está muito evidente no apartamento. Temos muitos livros de arquitetura e arte, obras contemporânea de artistas jovens, móveis modernos e peças que a Carolina garimpou em antiquários. Construímos um mistura das nossas personalidades, como a casa deve ser.  

O duplex de 280 m² estava vago fazia algum tempo quando o Rodrigo, que também é arquiteto e designer, resolveu ocupá-lo. Mudou-se para lá com a mulher, a jornalista Ana Carolina Ralston, depois de encarar uma obra razoável que levou cerca de cinco meses. Nessa reforma, o arquiteto fez questão de manter a essência do projeto original, mas conseguiu imprimir no espaço o seu próprio DNA. “Coloquei mais algumas curvas e cores”, brinca. Além da retirada de um quarto no piso inferior com o intuito de aumentar o living, os acabamentos antigos que já estavam deteriorados foram substituídos. “A casa é um processo em construção. Ela nunca está pronta, na verdade. São móveis novos que surgem, fotografias novas que colocamos em porta-retratos e assim por diante”. 

Repara como o concreto aparente se faz presente em peso em todos os ambientes. Afinal, essa é uma das características mais marcantes nas obras do Ruy Ohtake, preservada pelo morador. A maneira como Ruy utiliza o concreto em suas criações é muito particular, reafirmando a versatilidade desse material tão fundamental. E é claro que o Rodrigo herdou do pai o mesmo talento, moldando e transformando o cimento em objetos que são a síntese do bom design: funcionais e belos. 

Junto de peças esculturais e objetos garimpados pela Carolina, esse elemento revela um misto de atemporalidade e caráter da morada. E falando em peça escultural, é impossível não notar a presença central do Fita, móvel de 7  metros de comprimento desenhado pelo Rodrigo que traça uma linha diagonal entre os ambientes, delimitando-os e unificando-os ao mesmo tempo. “Essa peça tem muito da minha história. Ele foi desenhado há 15 anos, é um dos meus primeiros móveis e, por isso, é muito significativo para a gente. Ele tem uma presença impactante”, comenta. 

A pegada brutalista que a arquitetura sugere, junto das pinceladas em cores vibrantes tão próprias das construções do Ruy reverberou na decoração dos ambientes. Obviamente, o Rodrigo cresceu em meio a esse universo criativo e inovador e levou muitas dessas influências para a sua vida pessoal e profissional. Então, se você reparar bem, os desenhos curvilíneos dos móveis criados pelo morador parecem pertencer ao espaço de uma maneira muito natural. O mesmo vale para os detalhes coloridos que pontuam os espaços: paredes, portas, móveis, teto e até o piso do pavimento superior trazem à tona o lado descontraído do décor. E o resultado do contraste da textura rústica do cimento com os acabamentos coloridos dá um charme todo especial para a morada, não é verdade? 

Bom, acho que já deu para ter um gostinho de como a casa do Rodrigo e da Carolina é única, e de como o concreto teve um papel fundamental na composição dos espaços – tanto estrutural como visual. Amanhã a gente volta para terminar o tour pelo apartamento do casal. 

Fotos: Rafael Renzo