Sabe quando uma vocação te move para além do seu universo? Pois a Nathália Favaro já alçou longos voos nessa direção e trilha um caminho criativo sem volta. Durante a faculdade de arquitetura, ela se aventurou em Buenos Aires para complementar a sua formação. Depois de receber o diploma, trabalhou com o estilista Carlos Miele e decidiu se especializar em design de mobiliário. Atualmente, desenvolve um trabalho artesanal lindo usando cerâmica, lã e látex. Mas foi fazendo um curso de desenho no bairro da Pompeia, em São Paulo, que ela, ao acaso, se deparou com o seu futuro lar

A MORADORA VAI A PÉ À SHOWS NA REGIÃO E AO SEU CURSO DE CERÂMICA, ALÉM DE ANDAR DE BIKE À NOITE NO MINHOCÃO. 

“Na época eu morava na Vila Mariana e fazia o curso de desenho da Carla Caffé no Sesc Pompeia. Então, eu sempre estava no bairro, pelo menos uma vez por semana. Numa dessas, comecei a reparar nos prédios e vi uma placa de vende-se em um deles. No dia seguinte, liguei para a imobiliária e marcamos uma visita”, relembra. Para a arquiteta, o imóvel de 93m² da década de 60, era muito promissor: “Tinham dois apartamentos à venda com a mesma planta, porém totalmente diferentes – um estava reformado e o outro na planta original. Foi esse que eu escolhi. Além de mais barato e pedindo por uma reforma, ficava em um andar mais alto, o que permitia a entrada de mais luz natural“. 

O projeto da reforma é assinado pelo escritório Vitrô Arquitetura, que é comandado pela própria Nathália e pela sua sócia, a arquiteta Sarah Mota Prado. O principal conceito era criar espaços fluidos e sem hierarquias. Por isso, a integração entre a sala e a cozinha foi muito valorizada, resultando em uma única área social. E foi durante o quebra-quebra que elas encontraram a mina de ouro: os tijolos maciços da estrutura do prédio. A decisão de deixá-los aparentes foi instantânea e norteou a escolha dos demais acabamentos. As vigas originais também ficaram a mostra, como uma ode à construção antiga. O piso de taco, no entanto, estava em péssimas condições e não pode ser recuperado. Em seu lugar, entrou o granilite.  

Na hora de decorar, Nathália se preocupou apenas em encontrar o sofá ideal, que deveria ocupar bem o espaço e ser confortável. “Aos poucos eu fui comprando um vasinho, outro, uma almofada, etc. Muita coisa eu tinha, da época que dividia apartamento com uns amigos em Pinheiros”, conta. Aliás, foi em um desses garimpos que ela deu de cara com o seu maior achado: a cadeira Paulistano, do Paulo Mendes da Rocha, adquirida em uma promoção. Já o baú de ferro que mora no hall de entrada foi comprado em um antiquário na Rua Turiassú. Apesar de ser dona de uma alma inventiva, a arquiteta não vê a necessidade de mexer no décor com frequência, pois acredita que este é um movimento natural que acontece com o passar do tempo, acompanhando as suas mudanças pessoais. Não é à toa que a sua casas se transformou no seu santuário“Eu sempre penso na música do Bob Dylan que diz: “It’s not a house, it’s a home” e acho que a partir do momento que você se sente na sua intimidade, à vontade e confortável, com vontade de querer estar, voltar ou dividir, isso é um lar”.

Demais o apê da Nathália, não é? Os tijolos originais, os detalhes coloridos, as plantas… Tem muita vida ali dentro <3

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Aqui na galeria abaixo tem mais algumas fotinho e AQUI uma seleção de produtos que tem a cara do lar da Nathália! 

Fotos: Ana Mello | Julia Ribeiro