Vocês têm acompanhado as matérias da Bruna sobre a viagem à Marrakech, certo? Para quem perdeu alguma, estamos reunindo todas elas nesse link AQUI, então vale seguir.

Hoje vou falar sobre um monumento único da cidade: o Jardin Majorelle. No Marrocos os jardins são muito importantes no urbanismo – eles refrescam as construções visual e literalmente. Quase toda casa ou restaurante tem um para chamar de seu (a não ser as residências menores e mais pobres), mas nenhum deles é igual o Jardin Majorelle. Os turistas que passam pela rua e veem o muro ocre do lado de fora nem imaginam que lá dentro existe uma espécie de paraíso – um paraíso todo azul.

Muito antes do tal “Azul Klein” virar febre na moda e na decoração, os marroquinos já adotavam essa nuance vibrante em cerâmicas, mosaicos, tecidos e paredes internas. Nesse jardim o azul foi escolhido minuciosamente pelo pintor francês Jacques Majorelle, que levou cerca de 40 anos para concluí-lo. Caminhos sombreados por bambus gigantes e árvores lindas levam a canteiros com plantas exóticas, espelhos d?água com lírios e flores de lótus, chafarizes e também alguns espaços onde o paisagismo reproduz o clima do deserto: cactos, pedriscos e plantas bem espaçadas entre si. Na verdade o jardim é uma mistura incrível do tropical e do árido.

Alguns desses caminhos sinuosos desembocam em uma construção tão azul que brilha sob o sol – é uma casa de charme mouro, com referências Art Déco e detalhes em branco e amarelo, e que hoje abriga um museu e uma livraria. Hoje em dia o lugar virou um ponto turístico preservado e bem conhecido, porém nos anos 70 toda essa beleza do Jardin Majorelle esteve ameaçada. O jardim estava para ser vendido e seria substituído por um hotel até que em 1980 o estilista Yves Saint Laurent e seu parceiro Pierre Bergé compraram o terreno para preservá-lo – os dois haviam se apaixonado pelo lugar em sua primeira visita à Marrakech, em 1966.

O casal decidiu morar em uma Villa que existia dentro desse terreno e se incumbiu da missão de restaurar o paisagismo conforme o que foi idealizado por Jacques. Em 2008, quando Yves faleceu, suas cinzas foram espalhadas pelo jardim que ele tanto amava.r
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Fotos por Bruna Lourenço