Fotos: Alexandre Disaro/ Divulgação

Esta casa de origem clássica durante muito tempo foi o lar do arquiteto Felipe Rezende e sua família. Mas quando ele decidiu se mudar da casa dos pais, quis presentear tanto os pais quanto a casa que morou por tantos anos com um processo de restauro. E para que tudo isso fosse possível, Felipe contou com seus sócios do MNBR Arquitetos. No canal você confere a tour completa pela casa com Felipe Rezende e seu sócio, Ariel Bulka, e aqui no blog uma conversa sobre o projeto com Ariel.

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Casa de Valentina: Quais foram os principais pontos a serem considerados na reforma?

Ariel Bulka: “A partir da ideia do Fe foi iniciado um estudo detalhado que englobou as transformações da forma de viver da família nos últimos anos na casa. Desde a utilidade de cada espaço até novas possibilidades de layout com o objetivo de trazer mais dinâmica e conforto no dia-a-dia da casa. Buscamos manter o estilo da casa que agrada aos pais do Fê, que é com área social bem integrada e ampla.”

CV: Que estilo tem a decoração de interiores?

Ariel: “São três salas com alguns elementos arquitetônicos e de decoração mais clássicos, mas com uma dinâmica contemporânea mais fluida, sem divisórias entre os ambientes. A casa revela também o perfil da família do Fe, acolhendo e abraçando com ambientes aconchegantes para momentos mais íntimos da família, e ao mesmo tempo recebendo pessoas em grandes encontros e festas. Dessa forma, a casa exprime uma releitura com elementos mais clássicos e novos tons e elementos contemporâneos que trazem leveza a todo enredo que é contado e vivido ali.”

CV: Quais ideias boas de arquitetura e decoração podem ser destacadas?

Ariel: “A sala de leitura é um ótimo exemplo. Usamos nesse espaço um marrom mais fechado e o verde militar na estante para trazer um ar intimista e reservado que a sala de leitura pedia. Além disso, pintamos o rodapé do mesmo marrom para não quebrar essa sensação com uma faixa branca cortando. Na mesma sala pintamos o roda teto também de marrom, mantendo apenas a parte lisa da laje superior em branco. Esse jogo de cores e o formato inclinado e angulado do roda teto trazem uma sensação de ganho de pé-direito, detalhe que pode ser observado em algumas coberturas de igrejas antigas, por exemplo.”

CV: O mobiliário da família foi aproveitado?

Ariel: “Aproveitamos todo o mobiliário existente, apenas restaurando e reformando as peças pela troca de tecidos e tratamento das estruturas de madeira. Remontamos basicamente todas as peças que já existiam, mas pensando em uma nova realidade familiar e novas qualidades estéticas.”

CV: Como a história da família foi incorporada na decoração?

Ariel: “Todos da família sempre adoraram colecionar peças escolhidas ao longo dos anos em passeios, viagens, acontecimentos importantes… Basicamente peças que contam a história da família e que trazem uma memória afetiva muito forte. O que fizemos basicamente foi juntar todas essas peças que estavam ‘jogadas’ de forma mais aleatória pelos espaços, e criar novas composições levando em conta os usos de cada cômodo, além da linguagem pensada para cada ambiente.  Um exemplo legal é a sala de leitura. Antes era uma sala de TV, mas ao transformar o uso desse espaço pensamos em algo mais íntimo e reservado, ideal para ler com tranquilidade, algo que o pai do Fe adora fazer. Para combinar com essa atmosfera, organizamos todos os barcos de madeira em miniatura que o pai coleciona, e trouxemos também as corujas que a mãe do Fe juntou por anos.”

CV: Qual foi o maior desafio para o projeto de reforma?

Ariel: “Definitivamente um dos maiores desafios foi realizar essa releitura com objetivo de contar a história da casa e da família de forma mais organizada e funcional possível, afinal não queríamos que a essência da casa se perdesse. Outro desafio foi destacar esses elementos que possuem uma linguagem clássica através de uma releitura com ideias e elementos mais contemporâneos.”