“Sofisticado selvagem” em paisagismo de condomínio
14 out, 2025 | Casas, Acima de 200 m2, Campo
Fotos: Robson Oliveira
Escritório: Ana Veras Paisagismo
Área: 10.000m²
Localização: Teresópolis, Rio de Janeiro
Entre o verde da Serra dos Órgãos e a imponência do Parque Estadual dos Três Picos, o projeto de paisagismo assinado por Ana Veras neste condomínio nasce em perfeita harmonia com a natureza exuberante de Vale Alpino, em Teresópolis, Rio de Janeiro. Implantado em uma área de 10.000m², o trabalho foi pensado para um empreendimento que propõe o encontro de gerações, com casais jovens, famílias e pessoas maduras que buscam qualidade de vida e uma relação mais próxima com a natureza.
Mais do que desenhar caminhos e escolher espécies, o desafio aqui era suavizar os desníveis íngremes do terreno e criar percursos agradáveis, conectando os moradores aos espaços de convivência. A paisagista atendeu ao pedido por um jardim impactante, mas sem perder o caráter espontâneo: um verde com alma livre, sem topiarias, que celebra o imperfeito belo, o que Ana define como um “sofisticado selvagem”.
“O cliente nos sinalizou sobre a necessidade de suavizar os desníveis dos íngremes taludes e também dos caminhos a serem percorridos pelos moradores dos condomínios, além de um jardim impactante, ou seja, para um projeto com característica mais rústica, nos foi pedido um paisagismo mais natural, respeitando as formas livres das espécies ao longo dos caminhos, sem topiaria ou cortes delimitados, que quase podemos chamar de um “sofisticado selvagem”.
Os caminhos, antes sinuosos, ganharam fluidez com canteiros de flores que se infiltram entre as pedras, revelando uma estética natural e convidativa. A Lantana, com suas cores vibrantes e perfume suave, foi plantada nos acessos às quadras esportivas, criando um verdadeiro borboletário a céu aberto. Em uma área mais reservada, nasceu um redário cercado por lavandas, um recanto de calma e aroma. Já os taludes foram compensados com árvores de médio porte, equilibrando as alturas e integrando o terreno.
Na sede do empreendimento, amoreiras e outras frutíferas atraem pássaros e pequenos animais, reforçando a presença da fauna local. Para garantir sombra e frescor, alamedas de Pau-mulato e Jacarandá-mimoso compõem a paisagem, pontuadas por Ipês que florescem com vigor ao longo do ano. E como uma moldura natural, azaleias foram utilizadas como um “guarda-corpo” vivo e florido.
“Para criar grandes pontos com área sombreada, fizemos o plantio em aleias de Pau mulato e Jacarandá mimoso, ambos de copa frondosa. Algumas árvores de Ipês também foram plantadas para proporcionar mais sombra ao longo do projeto. Criamos uma espécie de “guarda-corpo natural” com a vegetação Azaleia, uma espécie abundante em flores, como forma de proteção.”
A paleta de cores do jardim reflete o diálogo entre a arquitetura e a natureza ao redor: tons roxos e rosados, que remetem às frutas vermelhas e às flores tropicais, misturam-se a nuances azuladas que ecoam o cinza das pedras do Parque dos Três Picos, visível a partir da sede.
O projeto foi implantado em tempo recorde de 20 dias, durante o verão — uma estação marcada por fortes chuvas que alagaram canteiros e tornaram os taludes escorregadios. Com cuidado técnico e manejo preciso, a equipe superou os desafios sem comprometer o cronograma nem a integridade do solo.
Mas talvez o aspecto mais encantador deste paisagismo seja sua dinâmica com o tempo. Cada estação traz novas cores, aromas e texturas: flores diferentes desabrocham mês a mês, garantindo canteiros floridos o ano inteiro. Um ciclo vivo e contínuo, como a própria natureza — sempre em transformação, sempre bela.
“O projeto foi pensado com intuito de ter flores diversas em todas as épocas do ano, então, fizemos o plantio de flores que têm o seu ápice floral em diferentes meses e estações do ano. Assim, conseguimos o efeito de canteiros floridos o ano inteiro.”
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