Pé-direito alto e iluminação natural abundante

22 out, 2025 | Apartamentos, De 100 a 200 m2, Cidade

Fotos: Maíra Acayaba / Divulgação
Escritório: Península Arquitetura
Área: 200m²
Localização: Higienópolis, São Paulo

Depois de visitar mais de uma centena de imóveis em São Paulo, o arquiteto José Guilherme Carceles e a designer Gaia Savastano, do escritório Península Arquitetura, encontraram em um apartamento de Higienópolis o cenário ideal para iniciar a vida a dois. Com pé-direito alto, estrutura antiga e excelente iluminação natural, o espaço reunia os pré-requisitos que o casal buscava para seu novo lar: um projeto que traduzisse identidade, funcionalidade e convivência.

Assim começaram a reforma: Guilherme cuidou da arquitetura, enquanto Gaia ficou responsável pelos interiores e decoração. Uma das primeiras intervenções foi demolir o antigo lavabo que separava a cozinha da sala de jantar. A mudança não só permitiu a integração total da área social, como também ampliou a entrada de luz natural, que se tornou protagonista em todos os ambientes.

“Desde o início, o objetivo era criar um lar funcional e acolhedor, com atmosfera leve e voltada à convivência.

No lugar das antigas paredes da cozinha, uma solução inusitada e que une praticidade, estética e contato com a natureza: uma estante metálica branca com prateleiras de madeira, que delimita suavemente os espaços e serve como apoio para plantas pendentes, como jiboias e costelas-de-adão. No centro, uma floreira conectada à rede hidráulica garante irrigação contínua sem riscos de acúmulo de água.

Com ambientes amplos e integrados, a área social foi pensada para acolher encontros e conversas longas. O destaque vai para a ilha de concreto aparente, que organiza o espaço entre cozinha e sala de jantar e funciona como ponto de encontro natural da casa. O mobiliário mistura peças de design brasileiro icônicas com itens do acervo pessoal do casal.

Entre os destaques, estão a mesa de jantar Dinn, de Jader Almeida, posicionada em frente aos painéis de jacarandá dos anos 1960, herdados da avó paterna de Guilherme.

“A materialidade do projeto aposta na combinação harmoniosa de superfícies e texturas que reforçam a atmosfera serena do apartamento.”

A escolha dos materiais e texturas reforça a linguagem leve e orgânica do projeto. O piso de tábuas largas de cumaru percorre todos os cômodos, exceto a cozinha, onde ladrilhos hidráulicos garantem personalidade, e os banheiros, que recebem porcelanato cinza. Na sala de estar, uma parede revestida com réguas de concreto confere textura e profundidade, enquanto o jacarandá na sala de jantar traz calor e memória.

No quarto do casal, a combinação entre a parede de tijolinhos brancos e o armário com portas de talagarça, desenhado por Guilherme, cria um ambiente de intimidade e simplicidade sofisticada. A iluminação indireta, cuidadosamente distribuída, completa a atmosfera de calma e aconchego que marca todo o projeto.