De jardim abandonado à paisagismo tropical exuberante

13 nov, 2025 | Casas, Acima de 200 m2, Cidade

Fotos: André Nazareth
Escritório: Horto Girassol
Área: 400m²
Localização: Itanhangá, Rio de Janeiro

O que antes era um espaço abandonado e sem vida, apesar da vista de tirar o fôlego para a natureza do Rio de Janeiro, tornou-se um jardim tropical exuberante e integrado pelas mãos da paisagista Maíra Duarte, do escritório Horto Girassol. A nova proposta devolveu frescor e beleza à área externa, criando um cenário natural que convida ao convívio e à contemplação, em perfeita harmonia com a arquitetura da casa e com seu entorno encantador.

Os moradores, um casal, seus dois filhos e o cão Sunday, buscavam um ambiente que traduzisse o estilo de vida ao ar livre. Queriam um jardim que trouxesse frescor, mas sem esconder a casa, e que pudesse ser admirado de qualquer ponto da área social. Assim nasceu um paisagismo tropical pensado para vestir o terreno com naturalidade, priorizando fluidez visual e o convívio em meio à natureza.

“Mantivemos a vegetação alta existente na fachada, para garantir a privacidade em relação ao vizinho, e todo o restante foi construído em camadas.”

O conceito central do projeto nasceu da própria paisagem ao redor: o bairro, cercado por mata nativa e montanhas, serviu de inspiração para composições que evocam a diversidade natural. Maíra explorou o princípio das camadas, encontrando harmonia entre plantas de diferentes portes, volumes e texturas. O resultado é um jardim que parece ter sempre existido ali, em um cenário exuberante, orgânico e em constante movimento.

Logo na entrada, o visitante é recebido por um corredor de palmeiras Veitchias, que conduzem o olhar até o interior da propriedade. Às margens da garagem e da piscina, as helicônias — Heliconia rostrata, Alan Carle e Psittacorum — marcam presença com suas inflorescências vibrantes, acompanhadas por trepadeiras Jasmim-dos-poetas que transformam os muros em verdadeiros painéis verdes. No piso, o Syngonium atua como forração, criando unidade e suavidade ao percurso.

Já o coração do jardim é um maciço verde que reúne uma seleção de espécies tropicais de diferentes alturas e formas: filodendro wilsonii, guaimbé, jabuticabeira, jasmim-manga, alpínias, arecas, jibóias e ravenalas convivem lado a lado, compondo um mosaico de tonalidades e texturas. Essa diversidade reflete o olhar detalhista da paisagista, que soube equilibrar exuberância e leveza, mantendo o espírito do paisagismo tropical sem excessos.

“Esse bairro é cercado por muita mata natural, então, com certeza, queríamos trazer esse paisagismo tropical também para dentro da casa. Além disso, o clima úmido da região é muito favorável para esse tipo de vegetação”

O pergolado lateral, com estrutura metálica e cobertura de vidro, foi preservado e ganhou protagonismo com o filodendro wilsonii, que se espalha pela parede e cria um imponente muro verde. O espaço convida à contemplação e faz a transição entre o interior e o jardim, reforçando a sensação de continuidade entre dentro e fora.