Casa de campo rústica construída do zero
27 out, 2025 | Casas, Acima de 200 m2, Campo

Fotos: Juliano Colodeti, do MCA Estúdio / Divulgação
Escritório: Fato Estúdio
Paisagismo: Semear Paisagismo
Produção visual: Andrea Brito Velho e Pualani Di Giorgio
Área: 760m²
Localização: Além Paraíba, Minas Gerais
Localizada na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, uma antiga casa de campo passada entre gerações ganhou um novo capítulo pelas mãos dos arquitetos Joana Bronze e Pedro Axiotis, do Fato Estúdio. O terreno, que pertence à família de Joana, foi cenário de incontáveis almoços de domingo e lembranças que se tornaram o ponto de partida para um projeto que une memória, simplicidade e natureza.
A ideia inicial era reformar a antiga casa, construída pelos avós da arquiteta. No entanto, uma avaliação técnica revelou que todas as paredes eram estruturais, o que tornava inviável uma reforma significativa. A solução, ainda que difícil, foi demolir e reconstruir.
“Foi uma decisão difícil, mas necessária. Nosso desejo era preservar o legado afetivo por meio de uma nova linguagem, respeitando o terreno e suas memórias.”
Com 400m² na casa principal, 160m² no bloco dos quartos e 200m² no módulo de lazer, a nova construção foi pensada como uma casa de campo rústica para os finais de semana, mas também como um refúgio tranquilo para os pais da arquiteta. Implantada em formato de “L”, ela abraça o lago e a paisagem ao redor, trazendo a natureza para o centro da experiência. O projeto se organiza em dois blocos principais: um voltado para a convivência e a suíte master; o outro, para os quartos dos filhos e hóspedes. Já o anexo de lazer, localizado no ponto mais alto do terreno, oferece uma vista panorâmica e reúne churrasqueira, forno de pizza, sauna e uma piscina de borda infinita.
A arquitetura aposta em linhas puras e volumes bem definidos, integrando-se à topografia e ao entorno. Concreto aparente, pedra natural e madeira cumaru criam uma atmosfera rústica e acolhedora, enquanto os brises de madeira no bloco dos quartos garantem ventilação cruzada e privacidade.
“Usamos pedras com acabamento mais bruto para trazer a sensação de que a construção emergiu naturalmente dali, como uma extensão do terreno.”
Na área social, amplos painéis de vidro permitem que interior e exterior se fundam. A varanda, projetada sobre o lago, é um dos pontos altos da casa: é nesse espaço que o café da manhã acontece todas as manhãs, com o sol se refletindo sobre a superfície da água e rebatendo na madeira do teto. A cozinha, com despensa e lavanderia integradas, é o coração da casa: um espaço de memória, repleto de referências aos tradicionais almoços familiares.
A paleta de cores segue tons terrosos e neutros, reforçando a serenidade do campo e o diálogo com o entorno. O mobiliário, majoritariamente novo, foi escolhido sem excessos, sendo simples, confortável e afetivo, para fazer com que a arquitetura seja a verdadeira protagonista.
Com um cronograma enxuto e desafios logísticos típicos da zona rural, o projeto foi concluído em 15 meses, do desenho à decoração. Cada decisão, desde o movimento de terra até o posicionamento dos volumes, buscou respeitar o ritmo da natureza e o legado familiar.
“A movimentação de terra foi um dos pontos mais delicados, porque queríamos adaptar a construção à topografia sem perder a integração com a paisagem. Cada escolha foi pensada para que a casa respirasse junto com a natureza.”





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