Fotos: Denilson Machado / Divulgação

Antes mesmo de conhecer, já dá para sentir que esta casa em São Luís, Maranhão, não é uma casa comum! O projeto assinado pelo arquiteto José Ribeiro, do escritório Dois Arquitetura, é do tipo que faz a gente respirar fundo — não pelo tamanho, embora seus 940m² impressionem, mas pela intenção por trás de cada detalhe. Imagine só uma obra concebida para ser, acima de tudo, uma galeria de arte para ser vivida no dia a dia. No Open House de hoje, descubro e te mostro cada cantinho dessa casa-galeria.

José conhece os proprietários há mais de vinte anos, são amigos, parceiros de projeto e apaixonados por arte. Quando o casal percebeu que sua coleção já não cabia mais no apartamento anterior, começou a tomar forma a ideia de construir do zero uma casa que pudesse receber as obras em grande estilo. O briefing veio com um pedido claro: uma galeria de arte no piso inferior. A partir daí, tudo se desenrolou como um grande exercício de luz, vão e escala.

A casa está implantada em um terreno com forte inclinação e um lote em “L”, condições que por si só já seriam um desafio estrutural considerável. José contorna tudo isso com um gesto elegante: posiciona o acesso social pela rua mais alta e cria, na rua mais baixa, o acesso de garagem e da própria galeria. Assim, o programa se organiza em camadas, separando fluxos e permitindo que o olhar percorra o espaço de maneira quase cinematográfica.

No Open House, o arquiteto me mostra como esse pavimento inferior se transforma no grande coração do projeto. A galeria se abre em um vão contínuo, com pé-direito generoso, paredes brancas e altas, iluminação específica e um conjunto de soluções técnicas que atendem perfeitamente a um acervo em constante expansão. Aqui, a arte não é complemento: é o próprio revestimento da casa. Como o José diz com orgulho, “O melhor revestimento para casa é a arte!”, e essa é a verdade absoluta.

Nos demais ambientes, a premissa se repete: paredes amplas, brancas e silenciosas, exatamente como pedem as obras que ali ganham protagonismo. Mas talvez o que torna este projeto realmente único seja sua dimensão afetiva. José compartilha, durante a visita, que esta foi a última casa que assinou ao lado de sua esposa e sócia por 25 anos, Yamara, falecida há três anos.

Se você gosta de entender a arquitetura por dentro, desde suas decisões e desafios até a sua poesia, não deixe de assistir ao Open House completo. A casa é um vão só, mas cada passo revela um detalhe novo. E, como toda boa galeria, ela não se explica: ela se vive.

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