Uma casa-coleção cheia de personalidade

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10 2025

Uma casa-coleção cheia de personalidade

20 out, 2025 | Apartamentos, De 50 a 100 m2, Cidade

Fotos: Leila Viegas / Divulgação
Escritório: Raphael Assaf Arquitetura
Área: 78m²
Localização: Leme, Rio de Janeiro

Projetar a própria casa talvez seja o maior desafio para um arquiteto. Afinal, quando o cliente é você mesmo, as possibilidades parecem infinitas, e é preciso filtrar o que se admira e o que realmente se quer viver todos os dias. Foi nesse exercício de autoconhecimento e edição que o arquiteto Raphael Assaf reformou seu apartamento de 78m² no Leme, zona sul do Rio de Janeiro. A obra, feita durante suas férias, nasceu do desejo de repensar a forma de morar, criando um espaço fluido, funcional e, acima de tudo, cheio de sentido.

A integração entre sala e cozinha abriu passagem para a luz e para a vida, e o que antes era apenas um endereço virou uma casa-coleção, onde arte, design e lembranças se sobrepõem em camadas visuais e afetivas. Raphael não seguiu tendências nem buscou um estilo definido: preferiu deixar o olhar guiar as escolhas, criando um cenário que é, ao mesmo tempo, casa, galeria e biografia.

Peças queridas, como o banco Iaiá, de Gustavo Bittencourt, e as banquetas Girafa, de Lina Bo Bardi, coexistem com novos achados, como a poltrona Arbatax, de Fernando Mendes. Cada móvel tem um papel não apenas funcional, mas também emocional.

“Proponho uma verdadeira ‘casa-coleção’, onde cada escolha traduz minha identidade pessoal. Arte, design e vida se sobrepõem em camadas visuais e sensoriais, criando um lar que celebra a convivência, o cotidiano e o prazer de habitar com estilo, afeto e memória.”

O verde, sua cor favorita, atua como fio condutor. Surge nas paredes, no teto do banheiro e até em pequenos detalhes da marcenaria, criando continuidade e profundidade. A madeira clara e o sofá amarelo aquecem o ambiente, injetando vida e descontração. Essa combinação dá ao apartamento um caráter solar, quase tropical, mas sem excessos, quase como uma tradução natural da personalidade de Raphael.

Espalhadas pelos ambientes, obras de arte dão ritmo e voz à casa. Há tipografias, fotografias, ilustrações e até um bordado com o rosto do cão Marcelo, presente de um amigo. Cada parede, assim, se transforma em uma galeria particular, onde a estética encontra o afeto.

“Gosto de peças com design bem resolvido, que tenham personalidade e, ao mesmo tempo, sejam extremamente confortáveis. Essa casa é uma extensão da minha história, um lugar que fala sobre quem eu sou, onde design, memória e afeto coexistem de forma única.”

No quarto, uma pintura geométrica abraça a cabeceira, criando um enquadramento caloroso e contemporâneo. No banheiro, o teto verde quebra o esperado e reforça o olhar autoral do projeto. Até o revisteiro vermelho de Pedro Useche e o móbile dinamarquês suspenso no teto lembram que o design pode ser lúdico e expressivo, mesmo em espaços compactos.

Entre o controle técnico e a entrega emocional, o arquiteto construiu um lar que traduz o equilíbrio entre razão e afeto. O resultado é um espaço que respira identidade: compacto, mas cheio de presença e profundamente seu.

“Projetar a própria casa é quase um confronto íntimo. Meu impulso natural é trazer todas as referências que amo, mas o maior desafio foi equilibrar identidade e contenção. Foi preciso selecionar cuidadosamente o que entraria ou não, criando ritmo, hierarquia e mantendo a coerência visual.”

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