Meu Verde, Meu Sertão na CASACOR SP 2025

04 jul, 2025 | Mostras, De 50 a 100 m2

Fotos: MCA estúdio/ Divulgação
Escritório: Gleuse Ferreira
Localização: CasaCor SP
Área: 89m²

Em 2025, a arquiteta sergipana Gleuse Ferreira foi convidada a assinar a bilheteria da CASACOR São Paulo. O projeto, batizado de “Meu Verde, Meu Sertão”, transcende a função inicial de recepção do público e propõe um espaço de contemplação, permanência e memória.

Inspirado pela paisagem que surge no sertão nordestino após a chuva, o ambiente celebra o reencontro com o verde como símbolo de renovação e esperança. A proposta nasceu de uma viagem da arquiteta ao interior do Nordeste, onde se encantou com os vales verdes inesperados em meio ao solo seco. Esse contraste é traduzido no espaço por meio de texturas, obras de arte e materiais naturais que evocam a força da terra e a delicadeza da vegetação.

De um lado da bilheteria, uma área de circulação com estante expositiva reúne livros, esculturas e objetos de artistas e artesãos curados pela própria profissional. O intuito é transformar a espera na fila em uma experiência sensorial e cultural — um convite à imersão. Do outro lado, Gleuse criou uma área de estar acolhedora, onde os visitantes podem aguardar seus acompanhantes com conforto.

Clique aqui e veja mais projetos da Casacor SP 2025.

A paleta de cores é marcada por tons naturais e esverdeados. O verde aparece em elementos como o papel de parede, as cortinas e na pintura sobre mármore travertino nacional, criada pelo artista Arthur Grangeia. Já no balcão de atendimento, o uso do quartzito Del Mare, com veios verdes, dialoga com o quartzito Michelangelo, de tom claro, criando um equilíbrio visual que remete às paisagens do sertão revigorado.

Outro destaque do projeto é a presença da ancestralidade da arquiteta. Bisneta de Lampião e Maria Bonita, Gleuse homenageia suas raízes através das obras presentes na estante, como a escultura de Beto Pezão e a pintura de Grangeia inspirada no livro Bonita Maria do Capitão, escrito por sua tia Vera Ferreira. Esse aspecto pessoal confere uma camada de emoção e identidade ao projeto.