Open House

Open House | Thiago Manarelli – 2ª parte

O processo de criação do arquiteto Thiago Manarelli não depende apenas de escolhas estéticas e práticas. Ele, que é sócio do escritório Manarelli Guimarães Arquitetura, prefere ir além e produzir espaços sem um estilo definido, mas que traduzem na junção de elementos as características da construção e das pessoas que nela habitam. “É como se o prédio falasse com a gente”, resume com muito bom humor. E foi assim que ele começou a desbravar a arquitetura do seu próprio apartamento em São Paulo à procura de pistas que o inspirasse na concepção do novo projeto. Como contei pra vocês na primeira parte deste Open House, o Thiago descobriu ao acaso a existência da laje de concreto e a partir dela, foi costurando referências de cores e revestimentos. O resultado foi um entorno super neutro em tons de cinza que valoriza todo e qualquer objeto inserido nos ambientes.

“Gosto do excesso no design de interiores, mas gosto também dessa base extremamente contemporânea, porque é ela que dá leveza e equilíbrio ao todo”.

Para o Thiago, decorar o seu ninho paulista foi uma tarefa deliciosa. Ele desejava enfatizar a sua conexão com a Bahia, onde mora, nos detalhes decorativos. Na estante, além de obras de artistas baianos, desenhos de amigos e objetos garimpados, colocou a miniatura da mesma poltrona de palha que possui em tamanho real na sua morada em Salvador. Até o tapete em padrão geométrico faz referência ao seu lar oficial, mas de uma maneira inusitada: enquanto lá ele usou uma composição de almofadas coloridas e tapete preto e branco, aqui inverteu a proposta deixando a cor para o tapete. 

Não é à toa que o espirito do apê é o mesmo de um longo braço apertado cheio de história. Cada canto guarda uma surpresa, um acúmulo de objetos meticulosamente escolhidos e dispostos de uma maneira quase poética. “Casa com cara de lar vai além do físico, é a atmosfera que ela tem. A varanda, as plantas, a maneira que produzi as superfícies, tudo isso junto revela esse jeito de casa”, comenta. São tantos objetos de valor sentimental que o Thiago não consegue eleger apenas um predileto. Do relógio de parede da Vitra pendurado a cima da porta de entrada ao pendente da sala de jantar, verdadeiro sonho de consumo, todos guardam uma história e foram escolhidos com propósito e destino certos. Como é o caso do cabideiro Stand By, de Claudia Moreira Salles, que reina soberano no quarto do arquiteto. “Não penduro nada nele porque pra mim ele é uma escultura. O desenho é de uma sutileza única, a tradução da elegância na simplicidade. Essa peça é realmente especial”.

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Fotos: MCA

Casa de Valentina

Ao longo dos anos o Casa de Valentina me proporcionou experiências que eu nem imaginava quando fiz o meu primeiro post no blog e continua, sempre, me surpreendendo com novas possibilidades e caminhos.

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