OPEN HOUSE | GABRIEL NEHEMY

Um décor com muita personalidade, que mistura estilos, estampas, cores e texturas. Com essas palavras é possível sintetizar a atmosfera que percorre todo o apartamento onde mora o artista plástico Gabriel Nehemy, junto da mulher e da filha. Acrescente ainda uma boa dose de amor e harmonia e pronto… Tem-se um lar, acima de tudo, muito acolhedor. “Acho que minha casa reflete a criatividade de um artista plástico. Não gosto de nada óbvio e faço muitas combinações improváveis”, explica o morador que assumiu sozinho a tarefa de reformá-la e deixá-la com o DNA da família.  

O ENCONTRO DA FAMÍLIA COM O APÊ ACONTECEU GRAÇAS A MÃE DE UMA AMIGA QUE MORAVA NO PRÉDIO. 

O apartamento de 250 m2 fica no bairro Real Parque, cujo silêncio e ar fresco cativaram os moradores desde o princípio. Apesar de amplo e muito bem iluminado, Gabriel sentiu a necessidade de fazer alguns ajustes estruturais um tanto ousados, mas que valorizariam ainda mais as qualidades do imóvel. “Tenho facilidade de imaginar um espaço pronto, por isso nunca me arrependi de por em prática uma ideia arriscada. Tinha certeza que iria ficar bom, o mais difícil era convencer minha mulher!”, brinca o artista plástico. Para ganhar um pé-direito duplo no final da sala, o mezanino sem muita utilidade saiu de cena e o piso abaixo dele foi nivelado com o restante do living: “Isso deu mais amplitude ao ambiente”, explica. 

Habituado a personalizar suas próprias casas – e em uma velocidade impressionante – Gabriel encarou o processo de decoração de forma natural: “Para mim, foi relativamente fácil e muito rápido. Em todos os apartamentos onde morei sempre criei ou mudei o décor em questão de uma semana. Sou muito prático pra isso, pois já sei o que quero. Também dou preferência para objetos de pronta entrega. Acho muito chato comprar uma peça que só vai chegar depois de 60 dias”, explica. No entanto, para a renovação express ser mesmo possível, o morador precisou ter muito empenho e comprometimento, colocando a mão na massa sempre: “Tenho muito orgulho da intervenção que fiz em uma parede. A ideia era forrá-la com folhas ultra finas de cobre e demorei duas semanas para terminá-la. No meio do caminho me arrependi, pois não imaginava que daria tanto trabalho, mas no final o resultado ficou bem bacana”, conta. 

Além dos projetos “faça você mesmo”, o apartamento do Gabriel conta com ótimos achados decorativos. O lustre que embeleza a sala da lareira é um deles e foi comprado em um antiquário no Bexiga por um preço camarada. Já a mesa bar herdada da mãe tinha um destino certo – o lixo -, mas Gabriel decidiu incorporá-la à decoração da sala: “Ela é toda enferrujada de ficar muito tempo na chuva e no sol, mas é isso que acho mais legal”. Em cima dela, ele apoiou um tampo de mesa antigo de botequim que custou apenas R$30 em um outro antiquário – e que provavelmente também iria para o lixo. E são esses pequenos detalhes, essas misturas despretensiosas e inusitadas que deixaram este lar tão encantador. “Minha casa tem papel de parede, pintura concreto, parede de cobre, vermelha, azul, listrada… Tem também obras caras junto com alguns garimpos bem em conta. Acho bacana misturar coisas novas com objetos de antiquário e peças garimpadas em feirinhas e viagens”, finaliza.

Fotos: Julia Ribeiro