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MOSAICOS E CERÂMICAS DE MARRAKECH



Vocês repararam que as pautas do Marrocos estão virando praticamente uma coluna semanal? É muito conteúdo sobre essa cultura que desperta nossa curiosidade e nosso olhar aventureiro, então acompanhe todas as matérias da Bruna sobre a viagem AQUI.

Os arcos trabalhados, os detalhes de madeira entalhada e as luminárias elaboradas são realmente incríveis, mas a arquitetura do Marrocos não seria a mesma se não fossem os mosaicos de cerâmica multicoloridos enfeitando paredes, colunas e pisos. Em francês (a segunda língua dos mais jovens – que constantemente a misturam com o árabe na mesma frase) esses mosaicos são chamados de Zellige. O processo de produção dos murais e revestimentos na verdade é bem parecido com os mosaicos que existem aqui no Brasil, pois a técnica atravessou oceanos, mas a qualidade e a excelência dos artesãos marroquinos é incomparável.
O rigoroso controle de qualidade é comum porque a maioria dos mosaicos é instalada em monumentos e palácios particulares, além de restaurações de construções antigas que agora são utilizadas como espaços comerciais. Mandalas geométricas com centenas de peças são as estampas mais populares, arrematadas por faixas estreitinhas que fazem o acabamento. As cores normalmente giram em torno do azul, verde, mostarda, preto e branco, porém vez ou outra é possível encontrar detalhes amarronzados.

A cerâmica é também uma das matérias-primas mais exploradas pelos marroquinos na produção de itens decorativos e utilitários. Impossível não ficar boquiaberto diante das lojas com pratos coloridos pendurados na fachada, pilhas e pilhas de potinhos estampados e muitos recipientes diferentes decorados com motivos típicos. As peças são sempre pintadas à mão e muitos artesãos ainda utilizam pincéis feitos com pelos da cauda dos burros – segundo eles esse é o pincel mais suave que existe, perfeito para a transferência da tinta para a cerâmica, que é tão delicada.
Em muitos casos, um olhar criterioso vai notar pequenas imperfeições e traços não tão firmes assim, mas para nós, que estamos tão acostumados com a produção industrial, talvez seja até mais interessante possuir uma peça com marcas das mãos humanas. Talvez elas não agreguem necessariamente um valor econômico elevado, mas o valor cultural é sem dúvida o maior prazer de se comprar um objeto como esse. Eu sou prova viva – trouxe o máximo de cerâmicas que couberam na bagagem de mão do avião, e se pudesse traria muitas e muitas mais!

Fotos via Royal Mansour | Flickr de Daveybot | Fotopedia | Wikipedia | One Third Tribal | Lisa Ray | Kipiboo

Casa de Valentina

Ao longo dos anos o Casa de Valentina me proporcionou experiências que eu nem imaginava quando fiz o meu primeiro post no blog e continua, sempre, me surpreendendo com novas possibilidades e caminhos.

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