O artista plástico Antônio Poteiro, de 84 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (leia mais)
"Conheci Antonio Poteiro em janeiro de 1976. Meio calvo, testa expressiva, cabelos longos, em desalinho, barba grande e branca, tem um ar de ermitão ou de profeta. Vi seus trabalhos, pela primeira vez, no início de uma noite chuvosa, à luz de lamparina. As circunstancias do encontro, e a própria figura estranha do artista, reforçaram em mim a impressão inicial de que sua obra se liga, através do barro, à entranha da noite e do tempo. Vem de regiões profundas do ser, de tempos imemoriais que o próprio artista desconhece. É fácil perceber que Antônio Poteiro não é nenhum primitivo, tampouco um artista ingênuo. Poteiro sabe das coisas, vê o que está ocorrendo, toma partido, não recebe passivamente tudo o que lê, a Bíblia por exemplo, questiona o mito da pureza dos "primitivos", é debochado, sacana, faz blagues, vai em frente sem qualquer repressão, cada vez mais criativo e ousado." Frederico Moraes – crítico de arte – Rio 1981
Tenho em casa um quadro dele, fato que me alegra diariamente.
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